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11/11/2020
Consignados: “cheguei até a pedir para o gerente pra me devolver”, diz servidora
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Judyth Neri é mais um exemplo de uma mulher que está há mais de 30 anos se dedicando ao serviço público e que agora, na fase final dos seus anos de trabalho, sofre fortemente com o desprezo do governo do Estado com seus funcionários que têm empréstimos consignados com instituições bancárias. Esses funcionários foram entregues à própria sorte durante a pandemia do novo coronavírus, apesar de ter que sustentar suas casas e suas famílias, em meio a um caos sanitário e social. A falta de uma ação do governo com os bancos fez com que milhares de servidores se endividassem ainda mais e ampliasse o sofrimento em suas famílias. Ainda pior que isso, o Estado segue cometendo crime de responsabilidade e debitando as parcelas dos empréstimos consignados dos servidores, mas não está repassando os valores para as instituições bancárias.

A servidora de São João do Sabugi lembra do dia de outubro em que foi sacar seu salário e se deparou com o saldo em vermelho.

“Cheguei ao banco e não tinha nada, nada, nada. O saldo estava zerado. cheguei até a pedir para o gerente pra me devolver seja o que fosse”, recordou Judyth Neri.

Ela ganha apenas um salário mínimo e paga dois empréstimos consignados junto ao banco. A vida financeira da servidora estava tranquila até a chegada da pandemia.

“Tava tudo normal até ter essa suspensão. Eu e umas amigas da escola caímos nessa. Desde então só juros e sofrimento. O empréstimo descontam todinho, com juros e tudo. Fiquei sem receber meu salário de outubro e agora em novembro de novo. O saldo já está negativo novamente”.

Judyth só consegue sobreviver ao descaso do governo porque trabalha como manicure para ganhar um dinheiro extra.

“Eu to me virando aqui. Sou manicure e trabalho todos os dias. O dinheiro que vai entrando, vou comprando o que precisa”.

O governo do RN abandonou seus servidores à própria sorte no caso dos empréstimos consignados. O Estado está descontando do salário do trabalhador as prestações dos consignados e deixando de repassar para as instituições financeiras. Com isso comete crime e deve ser responsabilizado por apropriação indébita e responder por danos morais.

O SINSP exige uma imediata resolução por parte do governo do Estado. Os servidores mais humildes estão passando fome e não podemos nos calar em meio a omissão do governo!

 

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