Após 50 dias com os leitos dos hospitais potiguares acima dos 90% de ocupação, nesta semana pela primeira vez a taxa desceu para a faixa acima dos 80%, que ainda altíssima e considerada extremamente crítica. A regulação da rede de saúde ainda registra filas e por esse motivo não é hora de liberar o trabalho presencial para os serviços que não são essenciais.

São mais de 5 mil vidas perdidas no nosso Estado e mais de 200 mil pessoas foram contaminadas com o coronavírus. O trabalhador de serviço não essenciais não pode se arriscar e colocar toda a sua família em perigo por capricho dos gestores.

A gestão dos locais de trabalho não podem obrigar o servidor a exercer atendimento presencial. Exigir a presença dos servidores onde não há trabalho essencial para se fazer durante a pandemia é assédio moral por parte dos gestores e governantes!

Diretora de escola defende trabalho remoto

Sara Kitzinger, diretora da Escola Estadual União do Povo, em Natal, conversou com o SINSP e explicou sua posição de respeitar as medidas sanitárias e a vida ao colocar todos os servidores em trabalho remoto. Veja detalhes da conversa:

SINSP: Na escola que você é diretora os servidores precisam ir até a escola?

SARA: Não, tanto eu como os demais servidores estão trabalhando de casa desde o início de março. Nenhum deles precisa passar na escola para cumprir suas funções.

SINSP: Esses servidores estão satisfeitos com o trabalho remoto?

SARA: Ninguém está satisfeito com a atual situação que passamos. Eu digo a eles que é necessário e eles sabem dos riscos, por isso tem que ficar em casa mesmo. Mas eles dizem que preferem trabalhar da escola, estão loucos pra voltar, mas ainda não podem.

SINSP: E por que querem voltar? Eles falam das dificuldades de trabalhar de casa?

SARA: Em casa tem muito gasto. Você paga a sua própria internet ou gasta seus dados móveis. Muitos não têm computador, mas a gente dá um jeito de trabalharem do celular. Também têm as crianças que não entender o horário de trabalho, não é? Mas a gente não está trabalhando de casa porque gostamos e sim pra protegermos nossas vidas. Vamos voltar apenas quando tudo melhorar. Até lá vamos dar um jeito de salvar nossas vidas.

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