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07/05/2021
Matança em Jacarezinho deixa 25 mortos e mundo se espanta com impunidade de ações desastrosas no Brasil
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Moradores do Jacarezinho relataram abusos e muitas mortes durante a operação das polícias Civil e Militar na favela, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (6). A ação deixou 25 pessoas mortas e provocou um intenso tiroteio no início da manhã.

Segundo a Rede de Observatórios de Segurança, as operações policiais aumentaram 51% no Rio de Janeiro nos quatro primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 351 ações, ante 232 de janeiro a abril de 2020. O número de mortes durante essas operações também cresceu no primeiro trimestre: saiu de 75 vítimas no ano passado para 95 de janeiro a março de 2021, uma alta de 26,6%.

Esses dados ainda não contabilizam as 25 mortes no Jacarezinho. A invasão da polícia ocorreu apesar de uma decisão do STF suspender, em junho de 2020, operações policiais em favelas do Rio durante a pandemia.

 

Moradores relatam abusos policiais

Um morador do Jacarezinho afirmou que, durante a perseguição de criminosos e policiais, duas pessoas foram mortas na casa onde ele vive com a avó. Imagens do imóvel mostram o local sujo com o sangue das vítimas. Ele disse que presenciou a morte junto com a idosa.

Ainda durante a ação, um morador foi atingido no pé, dentro de casa. Dois policiais civis também se feriram. Outras duas pessoas foram atingidas enquanto estavam dentro do metrô que passa pela região - uma delas por um tiro, a outra por estilhaços de vidro.

Imprensa internacional destaca chacina

Alguns dos meios de comunicação mais importantes do mundo destacaram a operação policial. Nos Estados Unidos, New York Times e Washington Post estão entre os sites de jornais relevantes que noticiaram a operação em suas primeiras páginas.

"Mesmo em uma cidade acostumada com a violência, a contagem de mortes foi chocante", escreveu o jornal da capital americana.

O 'El País', da Espanha, chama a quantidade de mortos de "massacre" e lembra que a decisão do STF estabelecia que operações deveriam acontecer em "hipóteses absolutamente excepcionais".


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